Apresentação

Bem-vindos!

A seleção dos filmes para nossa programação estava começando quando fomos surpreendidos pela pandemia de Covid-19. Respeitando as orientações sanitárias, transferimos nossas atividades para casa – administração, produção, seleção: tudo aconteceu mediado pelas ubíquas tecnologias de comunicação atuais.

Em março tudo estava muito incerto (e ainda está...), mas uma certeza se mantinha: a 31ª edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo aconteceria, de alguma forma.

Enquanto assistíamos aos mais de 3 mil filmes inscritos para chegar à seleção um tantinho mais enxuta deste ano, com 212 obras em exibição, pesquisamos diversas alternativas para garantir que os filmes chegassem ao nosso público. Enquanto isso, repensamos nossa seleção, nossa comunicação, tudo. Que conhecimentos permanecem válidos? Quais devem ser reconstruídos?

O distanciamento social nos obrigou a repensar nossos modos de agir, e também nos fez refletir sobre nossos valores e prioridades. A pandemia explicitou a falta de políticas consistentes de saúde e educação que há tanto tempo são demandadas pela população, mas também deixou clara a importância vital que a cultura ocupa na sociedade – e o desmonte proposital que vem sofrendo, governo após governo. De suas janelas reais e virtuais, as pessoas cantaram, projetaram, leram, riram e choraram.

São tempos inéditos para todos nós, e muito desafiadores. Por isso, poder trazer a público uma programação diversa, que contempla essa pluralidade imensa de olhares, sotaques e linguagens de todo o mundo, nos dá a sensação de que estamos contribuindo para trazer um pouco de vida a esse momento tão difícil. 

Estamos muito felizes em apresentar ao nosso público a primeira versão online do Festival, que pela primeira vez também chega a todo o Brasil. O Festival mantém seus programas de linha e especiais, e as palestras e seminários de nossas atividades paralelas se tornam lives.

Se hoje a tecnologia nos deixa em posição muito mais confortável para que exibições de qualidade sejam feitas nos mais diversos equipamentos, sabemos que os encontros que o Festival proporciona não são tão fáceis de substituir. Mas confiamos no distanciamento agora, para que em breve possamos todos nos encontrar novamente, em uma versão ainda mais calorosa e humana.

Sejam todos bem-vindos ao Festival e aproveitem!

Zita Carvalhosa
Diretora

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Diversidade e Cultura


O Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo terá novo formato este ano por conta deste momento ímpar que passamos. Mesmo que virtual, o evento mantém a sua relevância para a difusão de produções nacionais e latino-americanas graças ao trabalho de uma organização competente, que não mediu esforços para realizar mais esta edição, que com certeza será incrível.

A Spcine orgulha-se de patrocinar mais uma vez este importante festival e parabeniza toda a equipe por trás deste evento tão importante para o calendário audiovisual paulistano.

A parceria celebra ainda a diversidade e está alinhada com as políticas afirmativas da Spcine. Com um intercâmbio crucial entre as produções cinematográficas brasileiras e internacionais, a programação ampla e diversificada disponibiliza gratuitamente dez curtas-metragens na plataforma Spcine Play.

Serão muitas horas de conteúdo de qualidade, com títulos nacionais e estrangeiros que vão instigar os mais variados públicos e estimular a reflexão.  

Vida longa ao Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

Spcine


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Novas telas, novos públicos

Em tempo pandêmico de incertezas, o cinema tem garantido lugar no divã do streaming. No divã digital, pois tem sido questionado, neste ensejo, o que é mais ou menos cinema, como se a mídia de exibição ou o espaço garantissem uma resposta convincente à altura dos mistérios e sentidos que a linguagem artística traz.

É mais cinema ver o clássico Cidadão Kane (1941) em um celular ou uma partida de futebol no telão de uma sala de cinema convencional? Tal provocação, colocada por Edgar Pêra, cineasta português, no filme O espectador espantado (2016), é intrigante pois revela que a tríade formato-mídia-espaço embaralha as noções de cinema tradicional, agora
de modo expandido em outros modos de espectoralidade
e narrativas.

Ancorado nas possibilidades do cinema tradicional ao expandido, da tela em todos os lugares e para todos os públicos, é que o Sesc SP enfatiza a ampliação do acesso à cultura cinematográfica, em seus diferentes formatos e mídias, como fundamento da ação sociocultural, agora alargado por meio da Plataforma Digital em programação permanente e diversificada de lives, exibições e debates – em paralelo às ações presenciais nas Unidades da capital, litoral e interior de São Paulo.

Assim, conectada com o caleidoscópio de cinematografias mundiais, a instituição reafirma seu apoio ao 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, agora totalmente online, mirando – nesta possibilidade digital – a expansão das telas para todo o país e seus diversos públicos, que poderão conferir mais de 200 curtas-metragens inventivos em narrativas, estilísticas e abordagens.

Sesc São Paulo